Até a Próxima Vez | Um romance que pode ir muito além


Um filme tem vários poderes; dentre eles, está o de nos levar a conhecer visualmente belíssimos lugares. Assim como eu adorei a fotografia de "Por Lugares Incríveis", que mostrava realmente os lugares incríveis de Indiana (EUA), "Até a próxima vez" e sua fotografia me fizeram me apaixonar por Cusco, Peru.

A premissa desse filme me lembrou muito, mas muito mesmo, o filme "Voando para Casa", que a sinopse poderia até ser a mesma: um empresário sai da cidade grande e vai para uma de interior para adquirir terras para sua empresa construir um novo empreendimento, e lá ele conhece uma garota local por quem se apaixona.

Em "Até a próxima vez", o homem é Salvador Campodónico, e a mulher é Ariana. Ele é workaholic e vive uma vida toda cronometrada; ela é mochileira e curte a natureza. 

O primeiro e o terceiro atos do filme são bons e fluem bem, mas foi no desenvolvimento (segundo ato) que o filme me ganhou mesmo. É aqui que Salvador e Ariana vão fazer uma trilha de cinco dias e a rotina pesa. O workaholic precisa ficar desconectado (porque, obviamente, não tem sinal de internet) e isso não deixa ele relaxar e se entregar 100% ao passeio, porque ele está sempre pensando nas coisas do trabalho e perdendo a paisagem incrível que está na sua frente (e na nossa tela).

O filme também dá pinceladas na temática dos traumas que cada um de nós carrega e que vez ou outra, a depender de determinados gatilhos, serão disparados (e de como é importante ter alguém do nosso lado para nos ajudar a levantar novamente; aqui, especificamente, enaltecendo a família).

É bem nítida a jornada do herói pela qual passa Salvador. Ao final do filme, ele é outra pessoa, com outras atitudes e outros pensamentos. Ariana o transformou.

"Até a próxima vez" não é uma obra-prima do cinema, mas dependendo da sua vibe ao assistir, ou de como você enxerga a vida, é um filme que tem muito a acrescentar, muitas coisas subentendidas e que vão além do romance. Particularmente, me identifiquei bastante, pois sou um defensor dessa desconexão com o mundo on-line e consequente conexão com o mundo real e, principalmente, com a natureza. Se você der uma chance e "ouvir o silêncio", vai notar que ela tem muito a dizer.

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