Causos do Transporte Público
Geralmente quando se ouve falar em transporte público, já passa um frio na espinha de muita gente que lembra que, no dia seguinte, já vai ter que encarar essa jornada novamente. Ônibus, metrô, trem e se bobear até os táxis futuramente...
Vamos fazer uma perspectiva do dia de um trabalhador: o cidadão acorda as quatro da “matina” (suponhamos que esteja frio), lava o rosto com aquela água importada (do Alasca!), toma aquele cafezinho quentinho e finalmente sai de casa com duas calças, três blusas e ainda munido de luvas e touca. Primeiro ônibus: o ponto dele é o segundo, mas já acabaram-se os bancos... Então ele tem que ir em pé. Consegue estacionar em um lugar razoavelmente perto da saída e o ônibus começa a encher, encher, encher... De repente aquilo se torna uma lata de sardinha (não pior que seu próximo transporte). Enfim ele desce e vai para a estação pegar um metrô. No metrô é o seguinte: só entra quem é bom! Se não tiver estrategicamente posicionado, a pessoa nem entra. Mas nosso amigo trabalhador consegue o feito e pega aquele metrô tão lotado (mas tão lotado!) que não precisa nem segurar nos famosos “ferrinhos”. Ele vai tranqüilamente espremido entre um e outro... E na volta, o mesmo trajeto; quando o cidadão chega em casa novamente, já se passa das 19h.
Ruim, não é? Mas há um ponto positivo em andar de transporte público: apesar de toda a raiva que a pessoa passa, isso é recompensado por umas figuraças que aparecem do nada falando ou fazendo baboseiras muito loucas. Há alguns dias, dentro de um ônibus (olha só!) eu vinha trocando histórias malucas com ‘um mano e uma mina’. A gente tinha acabado de se conhecer no ponto. Aí está mais um poder do transporte público: fazer amigos. E é verdade! Tenho amigas e amigos que podem comprovar o que eu digo (risos)...
Nessa conversa saiu cada pérola que, na hora, eu disse que isso viria a ser um texto. Cumpro agora a minha promessa!
Já imaginou a pessoa descer pelo lado errado no metrô? Não? Pois então imagine! Foi assim: no metrô, apesar de ter portas dos dois lados, só se pode descer por um. Mas de repente, ao abrir-se as portas de ambos os lados, a mulher dá um salto brutal parecendo Maurren Maggi e desce... do lado proibido. Pensa aí e tenta imaginar a mulher, que deveria estar naqueles dias...
--- Dona, a senhora não pode descer desse lado. Disse o guardinha.
---Eu não saio daqui! Não vou sair daqui! Quero ver quem vai me tirar daqui!!!
--- Mas senhora...
--- Não, eu não vou atravessar todo o metrô para descer do outro lado.
Não sabemos, pois as portas fecharam-se e a mulher ficou lá...
Outro dia no busão para o “trampo” encontrei um cara que era muito doidão! É o seguinte: normalmente os ônibus vem aquela lata de sardinha... Naquele dia, continuava uma lata de sardinha, só que com algumas a mais... E tinha um cidadão que, apesar de todo o aperto, brincava a cada ponto que subia mais gente.
--- Aí, vamos dar um passinho pra frente, gente! Aqui na frente só tem um pneu e ele vai estourar! Tá muito pesado.
E nisso, todo mundo ficava rindo do bom humor do cara.
No mesmo ônibus, até o motorista que estava na linha era doidão. Era um careca com um bigode tão grande que quase chegava no queixo. A vista não era tão bonita! Além disso, ele era bruto nas respostas: em um dos pontos, um garoto ficou travado na porta e disse:
--- Oh meeeeerda! Eu tenho que subir nesse ônibus! Iaí “motô”...
--- Oh meeeeerda! Num vai dar, não! Pega o de trás porque eu tenho horário!
E acalerou o ônibus com a porta aberta e o carinha pendurado.
--- Para aí, para aí motorista que eu vou descer!
O motorista parou, o garoto desceu e logo em seguida uma mulher falou, brava:
--- Ai que ônibus lotado!
--- A senhora quer comodidade? Vai de táxi!
Realmente, esse foi um dos ônibus mais malucos que eu peguei na minha vida.
Ah, tenho também que destacar que no metrô é o único lugar que você faz milagres: se segura em pé sem pegar em nada e até consegue “flutuar”! É, eu disse flutuar! Faz o teste: experimenta tirar o pé do chão em um metrô lotado... Com certeza ele não volta mais para o chão.
De manhã, o transporte público, mesmo lotado, é cheirosinho. Perfumes que vão de Ferrari, passando naqueles mais ralézinhos do Boticário e chegando nos “M.F.” (Meio de Feira) deixam o ambiente tão perfume que chega a enjoar. Eita! Mas concorda aí que é melhor do que o aroma da volta: aquele cheirinho agradável de desodorante vencido, ou aqueles misturados com novos perfumes que pioram a situação...
Homens tarados de sacanagem com as mulheres (principalmente as bonitas!), empurrões aqui e ali, cotoveladas, pisões em unhas encravadas... Ai ai, transporte público!
E para encerrar o “Top Five” das pérolas do transporte público, preciso falar do que aconteceu no ponto e no ônibus de onde veio a inspiração para escrever tanta porcaria. Bom, lá estávamos no ponto a meia hora esperando até chegar o ônibus. E passou o primeiro lotado. O motorista fez um gesto estranho; gesto em que o ‘mano’ que estava ao meu lado ficou seriamente analisando se ele havia ou não mostrado o dedo do meio para nós ... Mistério!
Aí, quarenta minutos depois passou outro. Dessa vez não vazio, mas também não lotado. Mas algo inesperado aconteceu: o motorista (já de idade) parou o ônibus e...esqueceu de abrir a porta. Ele ficou contando o dinheiro, depois olhou para as unhas e só depois que uma mulher bateu na porta é que ele, com uma ve-lo-ci-da-de abriu. Quando a gente pensou que tinha acabado, o senhorzinho esqueceu de abrir a porta para uma mulher que ia descer. Detalhe: ela ficou um bom tempo gritando lá do fundão para ele abrir a porta...
É por essas e outras histórias que eu digo: transporte público é um barato (não no preço, é claro!) e nos faz viver várias experiências marcantes, loucas e inesquecíveis.
Vamos fazer uma perspectiva do dia de um trabalhador: o cidadão acorda as quatro da “matina” (suponhamos que esteja frio), lava o rosto com aquela água importada (do Alasca!), toma aquele cafezinho quentinho e finalmente sai de casa com duas calças, três blusas e ainda munido de luvas e touca. Primeiro ônibus: o ponto dele é o segundo, mas já acabaram-se os bancos... Então ele tem que ir em pé. Consegue estacionar em um lugar razoavelmente perto da saída e o ônibus começa a encher, encher, encher... De repente aquilo se torna uma lata de sardinha (não pior que seu próximo transporte). Enfim ele desce e vai para a estação pegar um metrô. No metrô é o seguinte: só entra quem é bom! Se não tiver estrategicamente posicionado, a pessoa nem entra. Mas nosso amigo trabalhador consegue o feito e pega aquele metrô tão lotado (mas tão lotado!) que não precisa nem segurar nos famosos “ferrinhos”. Ele vai tranqüilamente espremido entre um e outro... E na volta, o mesmo trajeto; quando o cidadão chega em casa novamente, já se passa das 19h.
Ruim, não é? Mas há um ponto positivo em andar de transporte público: apesar de toda a raiva que a pessoa passa, isso é recompensado por umas figuraças que aparecem do nada falando ou fazendo baboseiras muito loucas. Há alguns dias, dentro de um ônibus (olha só!) eu vinha trocando histórias malucas com ‘um mano e uma mina’. A gente tinha acabado de se conhecer no ponto. Aí está mais um poder do transporte público: fazer amigos. E é verdade! Tenho amigas e amigos que podem comprovar o que eu digo (risos)...
Nessa conversa saiu cada pérola que, na hora, eu disse que isso viria a ser um texto. Cumpro agora a minha promessa!
Já imaginou a pessoa descer pelo lado errado no metrô? Não? Pois então imagine! Foi assim: no metrô, apesar de ter portas dos dois lados, só se pode descer por um. Mas de repente, ao abrir-se as portas de ambos os lados, a mulher dá um salto brutal parecendo Maurren Maggi e desce... do lado proibido. Pensa aí e tenta imaginar a mulher, que deveria estar naqueles dias...
--- Dona, a senhora não pode descer desse lado. Disse o guardinha.
---Eu não saio daqui! Não vou sair daqui! Quero ver quem vai me tirar daqui!!!
--- Mas senhora...
--- Não, eu não vou atravessar todo o metrô para descer do outro lado.
Não sabemos, pois as portas fecharam-se e a mulher ficou lá...
Outro dia no busão para o “trampo” encontrei um cara que era muito doidão! É o seguinte: normalmente os ônibus vem aquela lata de sardinha... Naquele dia, continuava uma lata de sardinha, só que com algumas a mais... E tinha um cidadão que, apesar de todo o aperto, brincava a cada ponto que subia mais gente.
--- Aí, vamos dar um passinho pra frente, gente! Aqui na frente só tem um pneu e ele vai estourar! Tá muito pesado.
E nisso, todo mundo ficava rindo do bom humor do cara.
No mesmo ônibus, até o motorista que estava na linha era doidão. Era um careca com um bigode tão grande que quase chegava no queixo. A vista não era tão bonita! Além disso, ele era bruto nas respostas: em um dos pontos, um garoto ficou travado na porta e disse:
--- Oh meeeeerda! Eu tenho que subir nesse ônibus! Iaí “motô”...
--- Oh meeeeerda! Num vai dar, não! Pega o de trás porque eu tenho horário!
E acalerou o ônibus com a porta aberta e o carinha pendurado.
--- Para aí, para aí motorista que eu vou descer!
O motorista parou, o garoto desceu e logo em seguida uma mulher falou, brava:
--- Ai que ônibus lotado!
--- A senhora quer comodidade? Vai de táxi!
Realmente, esse foi um dos ônibus mais malucos que eu peguei na minha vida.
Ah, tenho também que destacar que no metrô é o único lugar que você faz milagres: se segura em pé sem pegar em nada e até consegue “flutuar”! É, eu disse flutuar! Faz o teste: experimenta tirar o pé do chão em um metrô lotado... Com certeza ele não volta mais para o chão.
De manhã, o transporte público, mesmo lotado, é cheirosinho. Perfumes que vão de Ferrari, passando naqueles mais ralézinhos do Boticário e chegando nos “M.F.” (Meio de Feira) deixam o ambiente tão perfume que chega a enjoar. Eita! Mas concorda aí que é melhor do que o aroma da volta: aquele cheirinho agradável de desodorante vencido, ou aqueles misturados com novos perfumes que pioram a situação...
Homens tarados de sacanagem com as mulheres (principalmente as bonitas!), empurrões aqui e ali, cotoveladas, pisões em unhas encravadas... Ai ai, transporte público!
E para encerrar o “Top Five” das pérolas do transporte público, preciso falar do que aconteceu no ponto e no ônibus de onde veio a inspiração para escrever tanta porcaria. Bom, lá estávamos no ponto a meia hora esperando até chegar o ônibus. E passou o primeiro lotado. O motorista fez um gesto estranho; gesto em que o ‘mano’ que estava ao meu lado ficou seriamente analisando se ele havia ou não mostrado o dedo do meio para nós ... Mistério!
Aí, quarenta minutos depois passou outro. Dessa vez não vazio, mas também não lotado. Mas algo inesperado aconteceu: o motorista (já de idade) parou o ônibus e...esqueceu de abrir a porta. Ele ficou contando o dinheiro, depois olhou para as unhas e só depois que uma mulher bateu na porta é que ele, com uma ve-lo-ci-da-de abriu. Quando a gente pensou que tinha acabado, o senhorzinho esqueceu de abrir a porta para uma mulher que ia descer. Detalhe: ela ficou um bom tempo gritando lá do fundão para ele abrir a porta...
É por essas e outras histórias que eu digo: transporte público é um barato (não no preço, é claro!) e nos faz viver várias experiências marcantes, loucas e inesquecíveis.
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