Um parafuso a mais (Fabrício Carpinejar) – Crítica



Não é bem uma crítica se a gente gosta do livro, não é mesmo? E esse do Fabrício Carpinejar que encontrei perdido entre os milhares de livros na Biblioteca da cidade onde moro foi um grande achado. Que livro mais gostoso de se ler! Li ele em duas horinhas!

Trata-se de um livro de memórias do próprio autor. São 20 crônicas em que o autor relembra sua infância com passagens divertidas, como quando ele pede 300 gramas de bocejo no armazém, quando na verdade queria comprar suspiros (na crônica “Sono de Criança”), e também ao falar de quando colocou sapos na rede do pai e morreu de rir ao descobrir que o pai tinha um medo REAL (na crônica “Os Sapos”). Eu poderia passar muito mais tempo falando de passagens engraçadas deste livro, mas vou guardar as outras surpresas para quando vocês puderem ler.

Para fazer o balanço, já que a vida não é só alegria, Carpinejar fez meus olhos encherem d’água na crônica “Quando Comecei a Andar”, na qual ele conta que isso aconteceu no mesmo dia em que o avô faleceu. Ele também alerta para como a vida adulta pode afastar irmãos e família quando fala da relação distante com seu irmão em “Mistério”.

Vale uma menção honrosa aqui também o texto que dá nome ao livro, que conta a história de por que achavam que ele tinha um parafuso a menos, e que ele passou a ter um parafuso a mais, graças ao irmão, que deu um parafuso para ele comer. Mas não se preocupe, tinha açúcar e azeite. Não estava tão ruim assim!

Me desculpem, não consegui escrever sem dar esses spoilers de cinco textos. Mas ainda restam 15! Quem tiver a oportunidade, tenho certeza que vai amar essa leitura! São crônicas com pitadas de humor, de drama, de tristeza, mas principalmente: de poesia. Você não apenas lá, você viaja, você se sente lá, assistindo ao momento. O próprio Fabrício Carpinejar diz, logo no início do livro, essas palavras que soam como um convite: “Esta é minha biografia. Se eu inventei, é porque não consegui suportar a realidade”.

Esse livro é realmente uma obra-prima! E ainda por cima conta com as belíssimas ilustrações de Eloar Guazzelli, que faz um trabalho visual excelente e dá mais vida ainda às histórias.



Comentários

  1. Muito bem, Rodolfo, continue progredindo na leitura e na escrita. Isso o tornará ainda mais completo.

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