O que poderia ter sido...
É,
não está fácil. Lá se vão dois anos. Dois longos anos. Hoje eu estou em um
daqueles dias que a gente fica chorão (sim, homem também chora) e, só para
variar, é em você que eu penso. A ficha ainda não caiu, sabia? Como transformamos
aquilo nisso? Como passamos de duas pessoas apaixonadas para duas pessoas que
não aguentavam mais olhar para a cara um do outro?
Eu
penso muito nisso. Em nós. O tempo
ajuda a pensar nos erros que cometemos (e foram muitos), mas muitas vezes não
temos a chance de remediá-los. O que teria sido de nós sem as brigas bobas?
Ainda estaríamos juntos se tivéssemos deixado o orgulho um pouco de lado e
conversado para nos entendermos? Difícil responder, mas tenho um leve
sentimento de que a resposta é um “sim”.
Começamos
tão bem. Lembro-me dos sorrisos que eu te arrancava com aquelas piadas
horrorosas que eu fazia só para quebrar o gelo. Lembro-me dos nossos momentos
juntos, deitados, minha mão na sua, olhando o teto e fazendo planos... Planos
que fomos deixando para trás, um por um.
O
tempo foi passando e você não ria mais das minhas piadas. Eu tentava ser
romântico, mas você estava sempre com uma cara emburrada. Não dialogávamos
mais. Você se desinteressou, e eu também desanimei em perguntar como foi seu
dia, ou o que você estava comendo, ou se tinha sonhado comigo. O “eu te amo”
desapareceu. O nós desapareceu. De
repente, éramos apenas dois eus. Foi
quando eu desisti.
Você
já havia desistido uns bons meses antes. Para ser sincero, eu não entendia por
que você não terminava se estava tão infeliz. Seria um fio de esperança de que
a gente se resolvesse? Não sei. Mas o que sei é que não lutamos o suficiente.
Eu poderia ter te amado mais. Você poderia ter se aberto mais, mandado a real.
Pessoas são complicadas, eu sei. Um relacionamento é uma junção de duas pessoas
que são extremamente diferentes, por mais coisas em comum que elas tenham.
Talvez seja exatamente por isso que eu sempre me pego pensando o que poderia
ter sido de nós se tivéssemos tentado mais.
Você
seguiu em frente, mas parece que estou igual caranguejo na praia: só andando para
trás. Quanto mais o tempo passa, mais eu penso em você, mais o remorso me toma,
mais a tristeza me assola. Não consigo acreditar que tudo acabou, que nunca teremos
nossos gêmeos, que nunca mais estaremos juntos e que eu nunca vou ter que escutar
aquele latido horroroso do Pinscher que você sempre sonhou em ter...
Eu
te amo, garota. Talvez eu tenha descoberto isso um pouco tarde demais, mas eu te
amo.
Para você que chegou até o final, vou deixar um bônus: trata-se da música que me inspirou a escrever esse texto. Aperta o play e confere "What Could've Been", da banda Gone West. Ah, e se possível, se inscreva no blog, confirme sua inscrição na caixa de entrada do seu e-mail e compartilhe com os amigos. Agradeço demais =)
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