O que poderia ter sido...

Homem Guy Sozinho - Foto gratuita no Pixabay

É, não está fácil. Lá se vão dois anos. Dois longos anos. Hoje eu estou em um daqueles dias que a gente fica chorão (sim, homem também chora) e, só para variar, é em você que eu penso. A ficha ainda não caiu, sabia? Como transformamos aquilo nisso? Como passamos de duas pessoas apaixonadas para duas pessoas que não aguentavam mais olhar para a cara um do outro?

Eu penso muito nisso. Em nós. O tempo ajuda a pensar nos erros que cometemos (e foram muitos), mas muitas vezes não temos a chance de remediá-los. O que teria sido de nós sem as brigas bobas? Ainda estaríamos juntos se tivéssemos deixado o orgulho um pouco de lado e conversado para nos entendermos? Difícil responder, mas tenho um leve sentimento de que a resposta é um “sim”.

Começamos tão bem. Lembro-me dos sorrisos que eu te arrancava com aquelas piadas horrorosas que eu fazia só para quebrar o gelo. Lembro-me dos nossos momentos juntos, deitados, minha mão na sua, olhando o teto e fazendo planos... Planos que fomos deixando para trás, um por um.

O tempo foi passando e você não ria mais das minhas piadas. Eu tentava ser romântico, mas você estava sempre com uma cara emburrada. Não dialogávamos mais. Você se desinteressou, e eu também desanimei em perguntar como foi seu dia, ou o que você estava comendo, ou se tinha sonhado comigo. O “eu te amo” desapareceu. O nós desapareceu. De repente, éramos apenas dois eus. Foi quando eu desisti.

Você já havia desistido uns bons meses antes. Para ser sincero, eu não entendia por que você não terminava se estava tão infeliz. Seria um fio de esperança de que a gente se resolvesse? Não sei. Mas o que sei é que não lutamos o suficiente. Eu poderia ter te amado mais. Você poderia ter se aberto mais, mandado a real. Pessoas são complicadas, eu sei. Um relacionamento é uma junção de duas pessoas que são extremamente diferentes, por mais coisas em comum que elas tenham. Talvez seja exatamente por isso que eu sempre me pego pensando o que poderia ter sido de nós se tivéssemos tentado mais.

Você seguiu em frente, mas parece que estou igual caranguejo na praia: só andando para trás. Quanto mais o tempo passa, mais eu penso em você, mais o remorso me toma, mais a tristeza me assola. Não consigo acreditar que tudo acabou, que nunca teremos nossos gêmeos, que nunca mais estaremos juntos e que eu nunca vou ter que escutar aquele latido horroroso do Pinscher que você sempre sonhou em ter...

Eu te amo, garota. Talvez eu tenha descoberto isso um pouco tarde demais, mas eu te amo.




Para você que chegou até o final, vou deixar um bônus: trata-se da música que me inspirou a escrever esse texto. Aperta o play e confere "What Could've Been", da banda Gone West. Ah, e se possível, se inscreva no blog, confirme sua inscrição na caixa de entrada do seu e-mail e compartilhe com os amigos. Agradeço demais =)


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Audible: não por acaso, indicado ao Oscar

Não leve a vida tão a sério (Hugh Prather) – Resenha

Ela Dança, Eu Danço 3