Tranquilo como uma manhã de domingo
Sabe, não é fácil ser uma pessoa intensa. Principalmente nos dias de hoje. Pessoas enjoam umas das outras rapidamente; em um mês, se faz e se perde um “amigo”. Já aconteceu comigo tantas e tantas vezes que perdi as contas. Literalmente.
Mas felizmente (ou infelizmente), eu
sou essa pessoa intensa. Sou o cara que se joga de cabeça em tudo que faço:
estudos, trabalho, relacionamentos, sejam eles amorosos ou de amizade. E por
sempre me jogar de cabeça, aos 28 anos coleciono várias fraturas. Nada externo,
tudo interno.
Ser carente é depender dos outros
para estar bem, é necessitar que alguém valide sua felicidade. E isso não é
legal. O prêmio de consolação é que não sou assim todos os dias. Só em alguns,
confesso. E esses dias... ah esses dias são pesados. Como nuvens carregadas no
céu avisando que vai chover, esses dias são cinzentos. É quando temos que
colocar uma galocha e sair pisando na água, esperando que não tenha um buraco
escondido no chão encoberto que possa pregar uma peça.
Nesses dias vale um abandono ao
celular. Vale assistir um filme, voltar a ler aquele livro que está abandonado
na cabeceira da sua cama cheio de poeira, ouvir música estourando os ouvidos.
Vale qualquer coisa para não incomodar os outros com a carência pesada cuja
culpa não é deles, mas que eles são a “solução”.
Então, hoje é um desses dias.
Escrever também é um escape, mas a inspiração não anda sendo muito minha amiga
esse ano. Tudo bem, eu aguento o tranco. Enfim, domingo de manhã e estou aqui
de frente a essa lagoa azul. Sozinho. Escrevendo (eba, ela voltou!). Apesar dos
pesares, estou tranquilo. Tranquilo como
uma manhã de domingo, como na música clássica do The Commodores.
Pensar. Pensar. Pensar. Isso é o que
mais faço, principalmente em tempos de desemprego e férias da faculdade. Mente vazia é oficina do diabo, diz o
velho ditado. Correto. Dois parágrafos acima, listei algumas coisas que uso
para tentar driblar isso. Às vezes dá certo. Às vezes não. Paciência. Quando não
dá, a gente respira bem fundo, conta até mil e espera passar. Porque uma hora vai
passar.
Sentado sob o sol, olhando para essa
água limpa e clara, escrevendo e pensando que amanhã vai ser melhor. É isso aí.
Vai ser melhor. Quem sabe um dia você
esteja tão ocupado fazendo o que você gosta, que não vai ter tempo de pensar besteira.
A carência vai vir, a bad vai vir, mas você vai dar uma rasteira nelas e dizer:
passa outra hora, tô sem tempo agora. Olha,
até rimou! Seus relacionamentos serão melhores, porque você já estará completo sem
eles, de forma que se eles estiverem ali presentes, irão somar na sua vida, mas
se não tiverem, tudo bem, porque você vai estar tranquilo como uma manhã de domingo...
Parabéns! Viajei nessa maravilhosa leitura! 😉😊
ResponderExcluirFicou ótimoooo!!!
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