The Tender Bar é mais um daqueles filmes que aquecem o coração
The Tender Bar (ou,
no português, Bar doce lar) chegou na Amazon Prime Vídeo. Com o filme
sendo bem recebido nos festivais mundo afora, rendendo, inclusive, uma
indicação ao Globo de Ouro como Melhor Ator Coadjuvante para Ben Affleck,
fiquei bem curioso para ver essa adaptação inspirada no livro de memórias do
escritor J.R. Moehringer, vencedor do prêmio Pulitzer em 2000.
Em 1h45min, o filme passeia
pela infância e início da fase adulta do então aspirante a escritor J.R., sendo
vivido por Tye Sheridan (Jogador nº1) e pelo estreante ator mirim Daniel
Ranieri. O elenco ainda conta com grandes nomes como Christopher Lloyd (De Volta
Para o Futuro) no papel do avô e Ben Affleck (Batman vs Superman) como
o Tio Charlie.
Ben Affleck merece mesmo essa
indicação ao Globo de Ouro, pois sua atuação está ótima nesse filme. Ele interpreta
o tio de J.R., que faz as vezes de pai, ensinando regras de “como ser homem”,
enquanto atende seus clientes no The Dickens Bar, que leva esse nome em
homenagem ao escritor Charles Dickens. Quem acompanha um pouco do noticiário
hollywoodiano, sabe que Affleck já teve muitos problemas com alcoolismo,
chegando até a se internar em um centro de reabilitação em 2018. E vê-lo
interpretando uma ressaca no começo do filme e aparecendo como o dono do bar no
decorrer do longa me pareceu uma metalinguagem de como algumas lutas nessa vida
podem ser encaradas e vencidas.
Não sei se a intenção de
George Clooney, que dirige o filme, era fazer algo “diferentão” – como eu diria
na época que morava em São Paulo –, mas para mim, o resultado final foi muito bom.
Assisti a um filme leve, que segue o mesmo ritmo cadenciado o tempo inteiro, enquanto
mostra como a vida familiar pode ser um inferno quando não se mora onde gostaria
– caso da mãe de J.R., interpretada por Lily Rabe (American Horror Story), que
fracassa na vida e tem que voltar para a casa dos pais a contragosto –; como o
primeiro amor pode ser doloroso – J.R. conhece Sidney (Briana Middleton) e se
apaixona por ela, fazendo de tudo para impressioná-la, mesmo que em momento
algum ela demonstra querer um compromisso com ele –; e também como a pressão dos
pais pode influenciar decisões dos filhos – aqui, J.R. vai para a Universidade
Yale porque o sonho de sua mãe era que ele fosse advogado para, diferentemente
dela, “ser alguém na vida”.
Fato é que, muitas vezes,
tentar fazer algo diferente não é garantia de sucesso. The Tender Bar é
aquele filme que aquece o coração, fazendo-me lembrar de Um Lindo Dia na Vizinhança
– fica a dica! – e que, de vez em quando, mesmo para quem gosta muito dos blockbusters
de ação, suspense e super-heróis – como eu –, um filme assim é necessário para
lembrar que 1) a nossa vida dá muitas voltas e estamos em constante aprendizado;
2) as pessoas ao nosso redor podem nos inspirar, assim como nós podemos inspirá-las
também; 3) nunca é tarde para viver nossos sonhos.
Ps: a trilha sonora, composta
de músicas antigas de vários estilos, é um show à parte. Vale a conferida.
👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirÓtima resenha!
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