O Último Texto


Juro! Juro que não aguento mais essa fase que estou passando. Sem dinheiro, sem família, sem uma companheira... Sem ninguém! É assim que me encontro.

Todos falam para eu não desistir, que dias melhores virão, que eu vou sair dessa... Mas depois de tantos anos nessa situação, suas forças fogem de você como a raposa foge do caçador, ou os peixes do tubarão.

Nesse momento estou subindo até o último andar do prédio onde moro; colocarei literalmente um ponto final em toda essa merda que eu estou vivendo (desculpem por me rebaixar, mas esse provavelmente é meu último texto e para mim, não fará diferença palavras bonitinhas ou feias).

Primeiro foi a família: em uma noite de domingo, após discutir com minha madrasta, meu pai me colocou ‘gentilmente’ para fora de casa. O motivo da briga? Bom, eu não tive dinheiro para pagar a fatura do meu cartão de crédito e, ao pedir dinheiro emprestado... vocês já sabem o que aconteceu.

Não tinha para onde ir, não tinha mais ninguém da minha família e tive que pagar uma pensão por algum tempo. Depois, fui “rebaixado” e meu salário diminuiu em 30%.

Tudo isso e mais uma sequência de azares; anos vivendo sem dinheiro, devendo a agiotas e bancos, sem carro, sem casa (quer dizer: eu estou igual ao Seu Madruga: nunca pago o aluguel) e... chega! Cansei de contar desgraça.

Acabo de chegar onde queria e agora encontro-me a setenta e oito andares da morte. Deixo aqui esse meu texto final e espero que alguém o encontre algum dia.

Penso, hesito... Mas não há outra alternativa: vou de encontro ao meu destino.

Adeus!

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