O Paulão e a Empregada



Sabe esses caras literalmente safados nos quais uma mulher nunca pode confiar? Assim era Paulão. Pelo apelido já da para ter uma ideia não é? O cara tinha fama de pegador; fazia jus ao aumentativo no nome. Na rua em que ele morava já não havia mais nenhuma mulher com seus “mesmos ideais” que ele não havia “catado”. Sua fama já se espalhava por bairros vizinhos. Ele, realmente, não tinha vergonha na cara.

Mas, como em todo bairro que se preze, havia também aquelas senhorinhas aposentadas que ficam o tempo inteiro do seu dia (e, às vezes, da noite também) olhando o que os vizinhos fazem para depois irem fofocar na hora do chá. Paulão era um assunto, digamos, presente nos chazinhos delas (porque será?).

Um certo dia, ele resolveu “investir” pra cima da empregada. Ela era uma morena, corpo escultural, olhos verdes, enfim... Os homens ficavam de queixo caído ao vê-la passando na rua.

Embora tivesse todas essas características, ela já passava dos seus trinta anos, mas se cuidava: academia, caminhada e uma baladinha também! Só pra citar, Paulão tinha vinte e sete anos e era bombado. Por isso o aumentativo em seu nome.

Com certeza, ela já sabia da fama de seu patrão e jogava duro com ele. De vez em quando ele tentava, mas só levava “NÃO!”. Depois de várias tentativas, ele decidiu mudar seu modo de “jogar” com ela e partiu para o romantismo. Aumento de salário, levava ela em casa de vez em quando. Um cineminha, drinque no bar da esquina... Até que... que... alcançou seu objetivo! Para ele foi uma grande conquista, pois foi a mulher mais difícil que ele “investiu”.

Passados alguns dias, ele continuou a sair com ela e quem descobre? As vizinhas! Suas maravilhosas vizinhas que cuidam mais da vida dele que da própria vida. Elas comentaram para as outras amigas, que espalharam o fato. Em uma semana, o bairro inteiro estava sabendo. E isso chegou aos ouvidos de Paulão, que, consequentemente, achou hilário (não era essa a reação esperada, não é?) e armou um plano para descontar o que estavam fazendo com ele. Por ser mais experiente que ele, morena e outras características mais, Paulão começou a chamar a empregada pelo apelido de Tiazinha. Ela bem que gostou do apelido... Voltando à história; ele teve a ideia de soltar seu charme nas “velhinhas” que ficavam vigiando-o . Pediu a opinião da Tiazinha, que respondeu:

---Há! Sensacional, ótima ideia! Quero ver a cara delas.

O bairro inteiro já sabia do chá semanal da fofoca das senhoras. Não foi difícil para Paulão descobrir. E ele colocou seu plano em prática perfeitamente: apareceu lá sem camisa, inventando algumas desculpas e mandando todo seu charme pra cima delas. Do outro lado da rua, com um binóculos, a belíssima empregada observava e ria (ria muito!) com a expressão das “vítimas” do Paulão. A cena foi, realmente, muito engraçada e saiu como planejado.

Depois daquele dia, nunca mais aquelas senhorinhas de bom coração se meteram na vida dos outros e Paulão... Bem, Paulão continuou a pegação (olha, até rimou!).

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Audible: não por acaso, indicado ao Oscar

Não leve a vida tão a sério (Hugh Prather) – Resenha

Ela Dança, Eu Danço 3