Relatos de Uma Garota em Pânico na Sexta-Feira 13



Ontem fui dormir cedo. Posso afirmar que bati meu recorde ao ir para a cama às oito e meia da noite. Nem sei o que aconteceu, só sei que estava com um bocado de sono.

No meio da noite, deveria ser umas duas horas da madrugada, de um súbito eu acordei. Estava estranha, fiquei um tempo sentada na cama e deitei novamente. De repente, vejo uma luz se acender no corredor. Sem problemas, pensei que fosse minha mãe, mas os minutos passavam e a luz não se apagava. Virei para o outro lado e olhei para o meu rádio-relógio: marcava 2h20. Fechei os olhos e dormi...ou não? Quando olhei de novo era 2h22. Fiquei assustada, pois, para mim, já havia dormido mais de hora, e fiquei com aquilo na cabeça, enquanto a luz continuava acesa.

Então eu me levantei na ponta do pé para olhar o que estava acontecendo lá fora: não tinha ninguém. Fui até o quarto da minha mãe e ela estava lá, dormindo normalmente e meu pai roncava à beça.

“Ué?”, pensei. “O que essa luz está fazendo ligada?”

Depois desse rápido pensamento, dei meia volta, rumei em direção ao quarto e apaguei a luz. Voltei para a cama, me cobri novamente com meu cobertor quentinho e fechei os olhos.

De repente, um clarão me faz abrir os olhos: a luz estava acesa novamente. Agora eu me assustei de fato, pois eu mesma que havia apagado-a e tudo estava em silêncio e calmo na casa. Foi quando a porta do meu quarto se abriu lentamente fazendo aquele barulhinho famoso que a gente tanto ouve nos filmes de terror.

Naquele momento estava paralisada dos pés a cabeça. Me cobri todinha e fiquei apreensiva só com os olhinhos para fora do cobertor. Por dois minutos, eu acho – ah, sei lá, nem tinha noção de tempo ali -, tudo ficou em silêncio e calmo; nada mais. O medo já estava passando e eu achando que a porta havia  aberto por causa do vento.

Tudo mudou quando a luz do meu quarto acendeu sozinha. Gelei! Não conseguia mexer um músculo sequer. Meus olhos estavam fechados e eu não tinha coragem de abrí-los. A tensão tomou conta de mim e, debaixo do cobertor, vi vultos rodando no meu quarto...

Meu cobertor foi arrancado de mim e foi parar lá perto da porá. Me encolhi na cabeceira da cama. Senti algo pegar meu pé e resolvi gritar.

---Aaaahhh! Socorro!Socorro!

 Gritava, esguelava e ninguém vinha.

---Pai, pai! Mãe, mãe!
O que havia acontecido com eles?

Enquanto isso, a “coisa”(não sei o que era aquilo) que pegava no meu pé começou a me apertar e eu não conseguia me mexer. Seja lá o que fosse, havia me prendido.

Estava dura como uma pedra. Não conseguia e nem podia me mexer. O que estava acontecendo? Meu Deus, o que era aquilo?

Pelo menos a porta do quarto estava aberta...

PAAAH!

Não estava mais. Putz! Meu medo aumentou e ouvi uma risada. Ela era grossa, como a de um homem velho. Mas que risada maléfica! De repente, outra risada se juntou àquela e agora, claro, eram duas.

Tentei me levantar e vi que estava livre. Dei um pulo e corri para a porta. Foi quando algo me agarrou pelos cabelos e me puxou.Doeu! A “coisa” me derrubou e eu gritava mais ainda.

---Socorro! Socorro! Soc...

Senti algo apertando meu pescoço. 




Não conseguia respirar, meu ar estava sumindo e eu me debatendo. Não sei o motivo, mas saía sangue da minha boca,muito sangue... A minha vista já estava escura quando, ao longe, ouvi um barulho. Em segundos esse barulho se tornara insuportável e eu já começava a perder os sentidos,suava frio quando... Pulei na cama. Era meu despertador e minha mãe estava do meu lado preocupada porque eu não conseguia acordar com o despertador.

---Levanta, filha! Hoje é... sexta-feira 13.
 

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